Cachoeira do Campo

Segundo a tradição, por volta de 1680 um aventureiro chamado Manuel de Mello teria se estabelecido em Cachoeira, tornando-se o seu primeiro morador. Provas concretas sobre sua existência são escassas. Um dos livros da Irmandade do Santíssimo Sacramento deixa entrever, num assento de 1709, que o primeiro nome do lugar foi Cachoeira do Manuel de Mello. Recentemente foi encontrada na Matriz de Nossa Senhora de Nazaré (obra digna de visita pelos lavores em talha dourada) uma pequena bússola confeccionada em meados do século XVII. Este instrumento, típico dos bandeirantes, talvez seja a prova mais convincente que realmente aventureiros se estabeleceram em Cachoeira no último quartel dos anos de 1600.

Em sua Monografia Histórica Pe.Afonso de Lemos afirma que o povoado teve início nos anos de 1700 e 1701 quando uma grande fome abateu os mineradores, forçando a procura de espaços propícios para o plantio. Pela fertilidade do solo e amenidade do clima, Cachoeira tornou-se então um dos centros regionais de produção agrícola.

Cabe ainda salientar que - pela posição estratégica (proximidade do Capão do Lana e do Xiqueiro dos Alemães, pontos de convergências das principais estradas mineiras do XVIII) aliada a outros fatores (como a amenidade do clima) - Cachoeira foi escolhida como lugar ideal para se construir um Palácio de Campo dos Governadores (também chamado de Palácio da Cachoeira ou Palácio de Recreio ou ainda, Palácio de Veraneio). Em 1782 Dom Rodrigo Jozé de Menezes transformou a edificação numa luxuosa residência, que contava, entre outras regalias, com um imenso lago artificial (100 x 35m) com capacidade de armazenamento estimada em mais de 20 milhões de litros d'água. Neste lago ziguezagueava até uma embarcação a vela, um scaller, de 7m de comprimento. A poucos quilômetros deste Palácio, mandou outro governador - desta vez Dom Antônio de Noronha - construir um quartel destinado a ser a Sede da Cavalaria Paga das Minas, isto no ano de 1779, conforme ainda se lê no brasão de pedra-sabão do seu frontispício. Ambas edificações foram doadas aos salesianos e são hoje, respectivamente, o chamado 'Colégio das Irmãs' e o Colégio Dom Bosco.

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