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Museu da Inconfidência inaugura sala dedicada à valorização da população afrodescendente

Notícia publicada em 10/07/2025
por Marília Mesquita


Imagem: Marília Mesquita/ PMOP

O Museu da Inconfidência inaugurou a Sala Afro-brasileira, no sábado (05). O novo espaço permanente é dedicado à valorização das contribuições culturais, artísticas e históricas da população afrodescendente em Minas Gerais. Essa é mais uma ação que prevê a revisão da narrativa museológica, que abre espaço para memórias antes marginalizadas.

A primeira exposição, denominada "Afro-brasilidades: arte e memória na encruzilhada", é composta por parte do acervo de Tadeu Bandeira e conta com mais de 100 obras de artistas populares. "A arte popular, a mão do povo, a arte de origem afro-brasileira está agora representada no Museu da Inconfidência, mostrando a continuidade do gesto barroco criativo na expressão da arte nacional", frisou o prefeito Angelo Oswaldo.

Para o diretor do Museu, Alex Castanheira, a Sala representa um avanço na narrativa apresentada ao público. "Problematizamos o modo como o negro é representado, muitas vezes mostrando a escravidão e os instrumentos de tortura. Nunca a contribuição cultural e técnica trazidas por eles", explicou.

A presidente do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), Fernanda Castro, também participou do evento. A exposição fica disponível ao público até outubro, quando uma nova coleção deve ser montada para apreciação na Sala Afro-brasileira.

Reposicionamento

Desde 2023, o Museu da Inconfidência iniciou o processo de reposicionamento e reparação histórica. No "Panteão dos Inconfidentes", local que abriga os restos mortais de participantes da Inconfidência Mineira, foram acrescidas as lápides de Hipólita Jacinta Teixeira e Bárbara Heliodora, reforçando o protagonismo feminino no movimento.

Além disso, o prédio foi inscrito e reconhecido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) como lugar sensível da rota dos povos escravizados. "Esse sempre foi um lugar da presença negra, mas subalternizada, marginalizada. Estamos retomando essa presença, mas ressignificada e do ponto de vista da contribuição deles", explicou.

Conforme o gestor, o esforço para rever a narrativa contada no Museu busca fortalecer o diálogo com a sociedade, promovendo a escuta ativa e a valorização das comunidades locais, reforçando o compromisso da instituição com a inclusão, a representatividade e a construção de um acervo plural.

 

Texto: Marília Mesquita

Revisão: Victor Stutz


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