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Festa de São Gonçalo e Cavalhadas de Amarantina, 263 anos de Cultura e Religiosidade


Neste ano de 2021, as Cavalhadas completam 10 anos de Registro como Patrimônio Imaterial de Ouro Preto

Notícia publicada em 19/09/2021
por Nathália Silva


Festa de São Gonçalo e Cavalhadas de Amarantina
Imagem: Neno Vianna

Uma das mais tradicionais manifestações culturais de Ouro Preto é a Cavalhada de Amarantina. A festa em honra a São Gonçalo do Amarante tem como identidade do distrito as Cavalhadas, que mantém vivos os costumes e as tradições.

Nos dias 18, 19 e 20 de setembro, a comunidade celebra essa festa tão importante para o distrito, realizada pelos Festeiros da Festa de São Gonçalo e pela Associação dos Cavaleiros “Mestre Nico” de São Gonçalo. O evento conta com apoio da Prefeitura de Ouro Preto, por meio da Secretaria de Cultura e Patrimônio.

O prefeito Angelo Oswaldo ressalta que as Cavalhadas são um ponto alto na vida cultural de Ouro Preto. “Um evento muito bonito, é folclore, é a tradição popular. É a força da cultura ouro-pretana que se enraíza por toda parte, na África, na Europa, na América e por isso nós celebramos com muita alegria as Cavalhadas de São Gonçalo. É muito importante participar, felizmente estamos conseguindo resgatar essa festa para que ela continue sempre como um exemplo da força cultural de Ouro Preto, enraizada há mais de um milênio”.

Desde 2011 registrada como Patrimônio Cultural Imaterial, as Cavalhadas têm um significado especial para o Município. A secretária de Cultura e Patrimônio, Margareth Monteiro, fala um pouco dessa tradicional festa. “A originalidade, a autencidade da festa levou o Município, sob os auspícios do nosso atual prefeito, a fazer o registro em 2011. É uma tradição belíssima e não podíamos deixar de comemorar os 263 anos desse evento maravilhoso, cuja comunidade de Amarantina passa o ano inteiro se organizando para a sua realização, que marca a cultura brasileira, a memória de um povo e que saúda a São Gonçalo”.

Margareth ainda antecipa uma excelente notícia à comunidade de Amarantina. “Em breve, a partir de um projeto em finalização na Secretaria de Cultura, serão construídos os castelos Mouro e Cristão, dando ao campo das cavalhadas uma ambientação mais propícia e adequada a esse evento”, finaliza.

O presidente da Associação dos Cavaleiros Mestre Nico e também cavaleiro, Lúcio Flávio Coelho dos Santos, conta que após um ano sem poder realizar a festa, o sentimento é de imensa gratidão. “Estamos retornando de forma mais tranquila, mas é uma honra poder estar à frente dessa festa tão grande, que acontece há mais de 260 anos em Amarantina. Mesmo com tantos desafios, estamos firmes e felizes por trazer alegria para as pessoas. É um sentimento de paixão muito grande que corre nas veias do povo de Amarantina”.

As Cavalhadas de Mouros e Cristãos é uma tradição de origem portuguesa e demonstra a sua força por se passar de geração em geração das famílias amarantinenses, mantida nas três categorias das cavalhadas: adulto, jovem e mirim. Thiago Basílio, 18 anos, cavalheiro desde os oito e Embaixador há cinco anos, conta com é estar novamente nessa festa. “Tenho um grande sentimento de orgulho, pois meu avô foi embaixador, passou para meu tio, depois meu primo e agora o legado continua comigo. É a tradição da família Basílio e que pretendo passar aos meus filhos”.

A iniciação e o legado dessa tradição tão marcante das Cavalhadas começam bem cedo, como nos contou Luís Felipe, nove anos e cavalheiro há dois meses. “Hoje vai ser bom, vai ter muita gente e eu sou cavalheiro porque meu pai era”.

As Cavalhadas de Amarantina

Tradição de origem portuguesa presente em diversas partes do Brasil, as Cavalhadas de Mouros e Cristão mantêm-se em Ouro Preto no distrito de Amarantina, sendo a expressão cultural que mais identifica o distrito. Profundamente arraigada por laços locais de amizade e parentesco, as Cavalhadas passaram por diversas mudanças ao longo de seus séculos de história, mas sem perder seus aspectos fundamentais, principalmente o envolvimento de toda comunidade nos preparativos e execução da complexa festa que é indissociável das celebrações em honra de São Gonçalo, padroeiro do distrito.

Com mais de dois séculos de história, quando se inaugurou a Igreja de São Gonçalo, em 1758, os jogos de cavalarias acontecem desde o Brasil Colônia, de acordo com o historiador Natalino Madalena Filho, e as habilidades em cavalgar estão ligados à sociedade nobre cavalheiresca. Nas cavalhadas, há uma encenação de lutas entres cristãos e mouros, representando os antigos combates na Idade Média.

Durante as Cavalhadas, o principal campo de Amarantina torna-se uma grande arena para receber a encenação dos embates entre os exércitos Cristão e Mouro que representam um conflito que ficou conhecido como: “A Batalha de Carlos Magno e os 12 pares da França”. Os exércitos são separados pelas cores azul (Cristão) e vermelho (Mouro).

Na arena, a batalha ocorre entre os dois exércitos que se enfrentam pelas corridas do oito de dois e oito de quatro, com lanças e espadas. A peça é composta por quatro tempos: invasão, diplomacia, guerra e confraternização.

 

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