A Prefeitura de Ouro Preto realiza, na quinta-feira (11), o primeiro fórum de escuta para o registro das Corporações Musicais como Patrimônio Imaterial do município. A iniciativa faz parte do processo de construção do dossiê de registro das bandas de música. O evento será às 19h, na Casa de Gonzaga, no Centro.

O encontro tem o objetivo de ouvir as demandas e auxiliar na formulação de políticas públicas para a manutenção e valorização das bandas da cidade. A ação é promovida pela Diretoria de Pesquisa e Difusão do Patrimônio Imaterial (Propat), da Secretaria de Cultura e Turismo.

Patrimônio imaterial

As corporações musicais constituem um importante aspecto da vida cultural e social de Ouro Preto e de Minas Gerais. O município possui dez corporações musicais: duas delas têm origem na sede, e oito nos distritos.

A Sociedade Musical Bom Jesus do Matosinhos, a Banda do Rosário e a Sociedade Musical Senhor Bom Jesus das Flores (Banda Alto da Cruz) estão na sede. No distrito de Cachoeira do Campo, há duas corporações centenárias, entre as mais antigas de Minas Gerais: a Banda Euterpe Cachoeirense, conhecida como “Banda de Cima”, fundada em 1856 pelo capitão Rodrigo Murta, veterano da Guerra do Paraguai, e a Sociedade Musical União Social, apelidada de “Banda de Baixo”, criada em 1864.

Em Antônio Pereira está a Associação Musical Nossa Senhora da Conceição da Lapa. Em Rodrigo Silva, a Sociedade Musical Santa Cecília de Rodrigo Silva. No distrito de Santa Rita de Ouro Preto, atua a Sociedade Musical Santa-Ritense. Em Miguel Burnier, a Corporação Musical Sagrado Coração de Jesus e Maria. Em Amarantina, a Sociedade Musical União de São Gonçalo do Amarante. Por fim, em Santo Antônio do Salto, a Sociedade Musical 13 de Junho.

Processo de registro

O registro como Patrimônio Imaterial é um ato administrativo do poder público que busca a valorização e a preservação dos bens culturais da comunidade, como os saberes, as celebrações, as formas de expressão e os lugares. O fórum de escuta é o início do processo de pesquisa, que resultará na construção do Dossiê de Registro, o documento que comprova a importância das corporações para o município.

Na próxima fase, após a conclusão da pesquisa e elaboração do plano de salvaguarda, o documento será apresentado ao Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Cultural e Natural de Ouro Preto (Compatri), que fará uma avaliação do material. Caso seja aprovado pelo conselho, o documento será enviado ao Executivo Municipal para homologação do ato, que dará força de lei ao registro das Corporações Musicais como Patrimônio Imaterial de Ouro Preto.

Texto: Patrick de Araújo/ Revisão: Victor Stutz