secretaria municipal de cultura e turismo

Prefeitura de Ouro Preto promove cadastro das bordadeiras e rendeiras da cidade



A ação visa o desenvolvimento de políticas públicas e de novas formas para preservar o trabalho que é registrado como Patrimônio Imaterial do município

Notícia publicada em 30/09/2025
por Patrick Silva


Imagem: Patrick de Araújo

Texto: Patrick de Araújo/ Revisão: Greiza Tavares

 

A Prefeitura de Ouro Preto está realizando o cadastramento das bordadeiras e rendeiras da cidade. O objetivo do trabalho é conhecer e catalogar os profissionais do ofício para o desenvolvimento de políticas públicas e de novas formas para preservar o trabalho, que é registrado como Patrimônio Imaterial da cidade.

 

O distrito de Antônio Pereira foi a primeira localidade que recebeu a visita da equipe da Diretoria de Pesquisa do Difusão do Patrimônio Cultural (Propat) para o cadastramento das artesãs, na sexta-feira (26). A próxima comunidade a ser contemplada será Cachoeira do Campo, na próxima sexta-feira (03), de 9h às 12h, na Casa de Cultura.

 

Durante nove semanas, os profissionais da Secretaria de Cultura e Turismo visitarão os distritos para promover o cadastramento. As bordadeiras e rendeiras também poderão registrar os seus dados em Amarantina, em 10 de outubro; Glaura, em 24 de outubro; São Bartolomeu e Maciel, em 31 de outubro; Lavras Novas e Santa Rita, em 14 de novembro; e Miguel Burnier, em 05 de dezembro.

 

O que é preciso para o cadastro?

 

Os interessados em realizar o cadastro devem residir em Ouro Preto há, no mínimo, 5 anos, com comprovação. Também devem praticar as técnicas Abrolhos, Arraiolo, Bordado em Chita, Bordado Livre ou Marafunda, e comparecer ao local do cadastro com cópia dos documentos pessoais como CPF, comprovante de residência e Carteira do Artesão, caso tenha. Além de apresentar um portfólio com três peças de sua autoria.

 

Patrimônio Imaterial

 

O ofício de bordadeiras e rendeiras em Ouro Preto se insere num contexto de antigas tradições, que remetem a questões culturais, sociais e de gênero. Esta atividade, predominantemente ligada a núcleos femininos, geralmente é familiar, transmitida e ensinada de geração a geração.

 

Sabe-se que a confecção de bordados é mais antiga que a de rendas, remontando até o período pré-histórico, quando os seres humanos iniciaram a confecção das suas primeiras vestes. Ouro Preto, antiga Vila Rica e capital da província, era um centro irradiador de cultura, incorporando, misturando e transformando as diferentes matrizes culturais que alcançaram seu território. O ofício de bordadeiras e rendeiras pertence a esse processo, sendo um dos diversos aspectos culturais da cidade tricentenária.

 

Atualmente, o cenário de bordados e rendas na cidade ainda preserva a produção doméstica, particular e voltada ao círculo familiar, que também continua a ser um importante espaço de transmissão desse saber. O ofício de bordadeiras e rendeiras é registrado como Patrimônio Imaterial de Ouro Preto desde 2019.