Texto: Isabela Jorge

A Diretoria de Promoção de Igualdade Racial do Município de Ouro Preto possui a responsabilidade de coordenar e desenvolver atividades relacionadas à manutenção e valorização das culturas afro-brasileira  e indígena no município. Isso inclui a promoção de ações de preservação e conscientização sobre a importância dessas culturas na formação social, política e econômica da sociedade local. A Diretoria também trabalha para fomentar parcerias com diversas organizações e instituições para realizar atividades, palestras e oficinas que aprofundem o conhecimento sobre as culturas indígenas e afro-brasileiras, assegurando sua continuidade e fortalecimento.

Além disso, visa garantir que as manifestações culturais afro-brasileiras e indígenas sejam reconhecidas, respeitadas e preservadas. Em conjunto com outras áreas da administração municipal, contribui para a construção de uma sociedade mais inclusiva e consciente da importância da diversidade cultural na história e no desenvolvimento do município.

Casa de Cultura Negra: palco de igualdade e valorização

Partindo desses princípios, ao longo de 2024, diversas ações foram realizadas no município para promover a igualdade racial e a valorização da cultura brasileira. Por isso, a Casa de Cultura Negra foi palco desses acontecimentos, como a realização do evento “Mulheres Empreendedoras”, organizado pela Rede Integrada dos Micros e Pequenos Afroempreendedores de Ouro Preto (RIMPA-OP), ofereceu palestras e oficinas de quick massage para relaxamento muscular, até a confecção de canvas, turbantes afro, tranças soltas, colares e brincos de gota de crochê para mulheres empreendedoras da região.

Com o intuito de combater a intolerância religiosa na cidade, a Casa também recebeu uma roda de conversa para que líderes de religiões de matrizes africanas debatessem o assunto ao lado dos representantes da Guarda Civil Municipal (GCM). Na ocasião, estavam presentes: o Ogã Jefferson do Ilê Axé Logunedé, de Cachoeira do Campo, e de Itamar Bambaia, o Tatà Gitalambô do Abassá Diá Gitalambô, de Santo Antônio do Leite e o Comandante Marota da GCM.

Em alusão ao Novembro Negro, mês dedicado à reflexão sobre a luta do povo negro contra o racismo, a discriminação, o preconceito e as desigualdades sociais, ocorreram diversas ações no espaço, sendo elas: rodas de conversas, apresentações de espetáculos, apresentações musicais, encontro de samba, apresentação de percurssão e exposição. A programação celebrou um momento histórico no país, pois pela primeira vez o dia 20 de outubro, Dia Nacional da Consciência Negra, foi decretado como feriado nacional, o que reforça a importância de políticas de equidade e a valorização da cultura afro-brasileira.

Além das ações realizadas em datas comemorativas e históricas, a Casa de Cultura Negra se compromete diariamente com a promoção da igualdade racial, fato esse, comprovado pela vitória do equipamento na 36ª edição do prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade, na categoria Entidades da Administração Pública, em 2023. A premiação visa incentivar ações de preservação e proteção do Patrimônio Cultural brasileiro, reconhecendo publicamente iniciativas que se destacam pela originalidade, relevância e caráter exemplar em todo o Brasil.

O diretor de promoção de igualdade racial, Kedison Guimarães, ressalta a importância da Casa de Cultura Negra. “A Casa de Cultura Negra é um equipamento importante para a Prefeitura Municipal de Ouro Preto, fortalecendo assim a luta em prol da promoção da igualdade racial, fazendo com que cada vez mais alcancemos políticas públicas para o nosso município, voltados para a equidade e igualdade racial. Esse equipamento vem fortalecendo a nossa caminhada nessa luta justa em busca da promoção da igualdade racial”, afirma.

Departamento de Cultura Indígena

O Departamento de Cultura Indígena, representado pelo Cacique Danilo Borum-Kren, integra a diretoria de promoção de igualdade racial e busca a garantia de direitos e a valorização da cultura originária. Ao longo de 2024, o departamento desempenhou um papel ativo na promoção da cultura e dos direitos indígenas, realizando uma série de oficinas, palestras e eventos. Destacam-se as ações de conscientização, como o evento para o Dia da Consciência Indígena, celebrado em 20 de janeiro e a participação na Semana Nacional da Arqueologia, no Rio de Janeiro.

Além disso, o setor marcou  presença em cidades como Brasília, Lagoa Santa e Belo Horizonte, de modo a reforçar o compromisso com debates sobre saúde, cultura e direitos indígenas, incluindo a participação em eventos como o Encontro Nacional de Antropologia na UFMG e a 1ª Feira Indígena da RENIU.