No alto da Serra de Ouro Preto, até a cumeada onde se acham as ruínas do moinho de vento, um território assinala o ecomuseu que guarda a memória do primeiro grande assentamento urbano, destruído pelo incêndio ordenado pelo Conde de Assumar, na Sedição de 1720, conhecida como Revolta de Felipe dos Santos.
Sendo assim, o Ecomuseu Morro da Queimada é um sítio arqueológico que abriga vestígios de residências e serviços de mineração dos séculos XVIII e XIV. Dele se obtêm uma bela vista panorâmica do centro histórico de Ouro Preto e do Pico Itacolomi, marco que orientou os primeiros bandeirantes e que individualiza a paisagem local.
O Morro da Queimada constituiu-se na primeira década do século XVIII. Com o uso da técnica de extração a talho aberto a primeira geração de mineradores amplia a área explorada que se desloca dos leitos dos rios para as áreas mais elevadas. A disseminação dessa técnica e a introdução dos serviços de mina transformam a Serra de Ouro Preto, na qual encontramos o Morro da Queimada, na principal zona de mineração da sede de Vila Rica. Nessa serra instalou-se uma vida urbana marcada por terrenos minerais, becos, ruas, estradas, comércios e templos religiosos, como atestam as capelas de São João, Santana, Piedade e São Sebastião.
Denominado inicialmente como Morro do Ouro Podre ou Morro do Pascoal Silva, o Morro da Queimada passou a ser assim conhecido após a execução da demolição e incêndio das casas de Pascoal da Silva Guimarães e dos participantes da Sedição de 1720, decretada pelo Conde de Assumar. O motim de 1720 visava a deposição do conde e a formação de um novo governo nas Minas Gerais. As demolições e o incêndio, no entanto, não ceifaram a vida no Morro da Queimada, ele permaneceu ocupado durante os séculos XVIII e XIX. Dessa forma, há inúmeras ruínas de casas, minas, reservatórios de água e belíssimos currais de pedra, resquícios do povoamento grande que era o Arraial do Ouro Podre.
A partir de 2008, tem início o projeto de implantação do Parque Arqueológico do Morro da Queimada, dada a importância das ruínas no local. O projeto teve parcerias do IPHAN, Fiocruz, Prefeitura de Ouro Preto e outras entidades ligadas à proteção do patrimônio. Assim, foi criado o Ecomuseu Morro da Queimada.
São ruínas ao ar livre, ou seja, o local está sempre aberto à visitação. Muitas pessoas fazem caminhadas, corridas, ou praticam ciclismo naquela região, que tem uma vista linda da Serra de Ouro Preto, sendo também um ótimo lugar para contemplação e meditação. O acesso é pelo Morro São Sebastião, por isso a indicação é que o visitante contrate os serviços de um guia credenciado, que conheça bem o local.
- Entrada franca.