No Brasil, os chamados golpes telefônicos têm se tornado cada vez mais populares. Esta é uma tática, não tão nova, utilizada por criminosos para tentar extorquir dinheiro das vítimas ou roubar seus dados pessoais. Geralmente, são fornecidas informações falsas para que a vítima não suspeite do que realmente está acontecendo, permitindo assim que os criminosos alcancem seus objetivos. Além da possibilidade de causar prejuízo financeiro, essas chamadas durante o dia incomodam e geram estresse na vítima.

Os tipos de golpes mais famosos são:

• Golpe do falso sequestro: Os criminosos telefonam para as vítimas e simulam um suposto sequestro Ao atender a chamada, ouve-se uma pessoa que finge chorar por trás da ligação. Nesse caso, o desenrolar da situação depende da vítima do golpe, algumas vezes as pessoas desacreditam, outras vezes, a descrição da pessoa se assemelha a de algum parente e, assim, a pessoa se submete a qualquer chantagem para salvar o ente ou amigo em perigo.
• Roubo de dados financeiros: Nesse tipo de crime, o golpe acontece por um falso atendimento de um serviço que a vítima utiliza, podendo ser algum banco ou lojas de varejo. Ao telefonar para a vítima, é realizado um trabalho de persuasão com a pessoa e seus dados são solicitados. Depois dessa fase, alguns serviços começam a ser oferecidos e a pessoa acaba por passar dados bancários. Neste caso, é importante conferir a veracidade do número que está telefonando, usualmente instituições não entram em contato com seus clientes por esses meios. Duvide sempre!
• Roubo de dados pessoais: Os roubos de dados pessoais são similares aos de dados financeiros, mas nesse caso não há a coleta de dados bancários. A diferença é que com apenas esses dados o criminoso consegue coletar informações completas para abrir uma conta em banco, solicitar empréstimos ou financiamentos sem que a vítima desconfie.

E se eu cair no golpe telefônico, o que fazer?

Um dos casos solucionados pelo Procon de Ouro Preto foi justamente deste tipo de golpe. O consumidor que foi a vítima recebeu o telefonema do golpista, nessa conversa ele alegou ser de uma companhia bancária e que estava entrando em contato para resolver a situação das milhas do cliente; milhas são como pontos, ao acumular esses pontos você tem a possibilidade de trocá-las em algum bem, como passagens aéreas.

Como a vítima realmente tinha milhas a vencer, o golpe foi certeiro. Ele realizou a transferência e logo em seguida percebeu que se tratava de um golpe, a vítima entrou em contato com sua agência bancária, realizou a abertura de um procedimento interno bancário para a análise do fato, e também realizou um BO (Boletim de Ocorrência).

Após ser surpreendida com uma transação agendada de 54 mil reais, a fim de se resguardar ainda mais, o consumidor foi até o Procon da cidade e teve o auxílio do analista Juliano Passos. No atendimento, o analista realizou a notificação para realizar o bloqueio da transação. Passados uns dias, o consumidor retornou ao orgao e informou que havia restituido todo o valor movimentado pelo golpista. Este caso exemplifica a importância da percepção rápida e da eficiência do trabalho em conjunto.

Dicas para se proteger:

1 - Jamais forneça dados pessoais por telefone, senhas ou códigos de confirmação;

2 - Desconfie de ligações de instituições;

3 - Nos casos de sequestro, caso haja a desconfiança de não ser golpe, mantenha-se na chamada e se direcione à delegacia mais próxima;

4 - Faça perguntas para confirmar a origem da informação que está sendo dita, mantenha a calma e peça as credenciais para ter certeza da veracidade.

Texto: Beatriz Costa / Revisão: Victor Stutz